sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Quando dormem as feiticeiras

Comecei o livro - Quando dormem as feiticeiras; Carlos Costa - A poucos dias mais já tenho o que dizer, para começar o blog de fato. O livro retrata a história de uma mulher chamada Medrice que se iniciou na magia, e teve sua vida totalmente modificada. O livro é bacana, porque logo no inicio tem uma perceguição da inquisição, e existe uma comunidade de mulheres, denominadas feiticeiras-lobas. Por enquanto é isso,e assim, que terminar o livro, eu volto!

Banda: Inkubus Sukkukus


 Inkubus Sukkubus é uma banda britânica de pagan/rock gótico formada em 1989 por Candia Ridley, Tony McKormack e Adam Hender .

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Entrevista com Vampiro - Anne Rice

Conto Brincando entre os Túmulos


Velas brilham na sala de estar, a fumaça do incenso se contorce em formas de espirais, entre as velas pousa a imagem de um garoto. Seus olhos vigiam o vazio, agia como se em sua mente apenas penetrasse o som da voz cheia de dor “I Will never brother you...”
                Ao longe sua mãe o observa, a qualquer momento o silêncio poderia ser quebrado, Dorien poderia perguntar como seu filho se sentia, poderia perguntar se talvez fosse feliz, mas decidiu apenas ficar observando.
                Ossian era caquético, andava com seus ombros encolhido, cabeça baixa, vivia apenas em seu mundo. Fugir de tudo e de todos era a única coisa que conseguia fazer.
                Seu pai era o que ele mais temia, era brusco, qualquer barulho era motivo para Ossian aprender uma lição, e de lição em lição ele foi vivendo cada vez mais isolado, fugindo. Ele possuía esconderijos, mas seus esconderijos já não podiam ser usados, pois seu pai sempre o encontrava. Até encontrar outra porta para seu mundo, um lugar onde realmente se sentia seguro, como se nada pudesse lhe pegar ali, por trás do enorme portão enferrujado e o silêncio enlouquecedor...
                Dorien achava que seu filho desaparecia por estar com os amigos, já não possuía mais forças, seu corpo era marcado, sentia que seus dias estavam ao fim. O que ela não sabia era que seu filho brincava apenas com sua mente, seu lugar era o cemitério, para ele nada importava apenas ali se sentia livre, lá não havia medo, apenas os pássaros voando baixo e as corujas quietas... Está era sua realidade.
 
                Estavam no outono, e as coisas pioravam cada dia mais. Dorien estava preocupada, pois Ossian possuía treze anos e seus tormentos, sua maneira de ver a realidade não mudava, continuava sendo um garoto cheio de um medo mórbido possuía apenas um amigo, mas ela jamais o viu, apenas sabia seu nome Vlad.
                Vlad era pálido, seus cabelos eram opacos, parecia que nada nele possuía vida. Ossian o encontrava todos os dias depois da escola no cemitério, jamais se encontravam em outro lugar, para os garotos ali era outro mundo, passavam a tarde inteira correndo entre os túmulos, até a neblina tomar conta de todo o lugar e Vlad precisar ir embora. Era sempre assim, as luzes da cidade eram acesas e a neblina aparecia, ele saia correndo por entre os túmulos.                                                                  
                Ossian voltava para casa sempre sem saber o porquê, mas nunca teve coragem de perguntar ao amigo, afinal era o único que possuía.  Em casa as coisas continuavam do mesmo jeito, seu pai bebia, ouvia um barulhinho e lhe dava uma surra, até um dia sua mãe tentar lhe defender, coitada estava tão doente que cada tapa que levava ficava horas deitada no chão como se a morte já lhe sussurrava palavras de conforto. Palavras essas que acabaram levando Dorien embora, deixando Ossian com seu maior medo, o pai...
                Ele sentia vontade de destruir tudo, mas ao invés disso, ficou ainda mais calado e passou a permanecer mais tempo no cemitério. Vlad tentava ajudá-lo, mas Ossian agia mecanicamente, chegava deitava no tumulo de sua mãe, e ali ficava o dia todo, não sentia vontade de voltar para casa...
                Passaram se dias até, Ossian sempre voltava para casa contra a vontade, te seu amigo decidir o acompanhar. Vlad estava mais pálido do que de costume, seu olhar então completamente  vazio, Ossian sentia um pouco de medo, mas não se importou...
                Quando chegou a sua casa seu pai estava diferente, enfim possuía um ar preocupado. Vlad já havia ido embora, assim que chegaram à frente da casa de Ossian saiu correndo pela neblina... Seu pai agia calmamente, falava que estava preocupado, pois o viu no cemitério, conversando com uma sombra e aquilo lhe causou grande medo.
                Naquele dia Deive não bebeu, nem no outro e os dias foram se passando, estava finalmente preocupado com o filho. Ossian estava  cada vez mais distante, olhos tristes, magro...As vezes colocava as roupas de sua mãe e dizia ser ela, seus cabelos caiam sobre os ombros. Continuava a ir ao cemitério se encontrar co Vlad, para o desanimo  de Deive. Naqueles dias Vlad estava inquieto e estranho, queria que Ossian obrigasse seu pai a convidá-lo para ir à sua casa e apesar de Ossian dizer que ele poderia i lá quando quisesse Vlad insistia...
                Deive como não queria magoar o filho convidou seu amigo para ir visitá-los... A presença de Vlad atormentava Deive era como se o garoto possuísse algo de ruim, o menino o provocava, dizendo que ele devia tomar mais cuidado com quem ele convida para ir a casa deles, o garoto ria e o zombava quando Ossian não estava por perto.
                “O diabo mora nos detalhes, dizia. E nunca devemos convidá-lo para entrar em nossa casa.
                Porem apesar dos apesares Deive estava contente porem desconfiado, com a presença de Vlad na casa seu filho passou a sorrir. O que o incomodava era que quando a lareira da casa era acesa e a neblina surgia Vlad ia embora sem mais nem menos.
                Os dias passaram, e Deive sempre desconfiado, então decidiu seguir o menino, mas a neblina o impediu e Vlad desapareceu.
                A noite estava silenciosa, Ossian lia num canto da sala, Deive não conseguia parar de pensar no ocorrido, sentia vontade de beber, mas não o fez. Lá fora o vento soprava fazendo os galhos das arvores ringir, o guarda-noturno acabara de passar apitando em sinal de vigilância, o sino da igreja soava indicando passar das dez horas... Continuavam em silêncio, mas Ossian resolveu quebrá-lo ligando o rádio “I’m not like them...” Até que alguém bateu a porta, era Vlad todo desesperado, sua aparência era assustadora. Deive perguntava o que estava acontecendo, mas ele se debatia se contorcia parecia um cão raivoso e ao prestar atenção em frente a sua casa viu alguém caído. Era o guarda-noturno, todo ensangüentado, em seu rosto havia marcas de presas, seus olhos fora arrancado e colocados em sua mão, estava morto, Deive gritava, cabelos haviam sido arrancado, o pobre homem, morto...
                Naquela noite Deive não conseguia pegar no sono, Vlad pela primeira vez havia ficado por lá, a presença do menino o incomodava...
                A semana passou como se nada houvesse ocorrido... Fazia dias que Ossian não ia ao seu lugar favorito e como não houve aula naquele dia resolveu ir ao cemitério. Passou a manhã inteira deitado no túmulo de sua mãe. Quando Vlad chegou foram andar por entre os túmulos , Vlad tentava explicar para Ossian sobre coisas que algumas pessoas faziam para ter algo que desejavam, dizia que era tudo simples acender algumas velas na encruzilhada que o grande senhor de negro viria atender ao pedido... Vlad falava muito naquele dia sobre coisas estranhas e Ossian o deixava continuar... Até o silêncio vir e seu amigo não estar mais ali...
                O que Ossian não percebeu é que estava em meio à encruzilhada, havia velas espalhadas e uma mulher, uma mulher toda de branco acompanhada por um homem, Ossian não conseguia entender o que estava acontecendo tinha medo, e não conseguia sair do lugar, até ver seu amigo que vinha rindo ao seu encontro, com sua voz de falsete, “Vá até ela Ossian não era isso que você desejava, vá até ela...” E Ossian foi, foi mesmo com medo, afinal que mal sua mãe poderia fazer e quando estava quase nos braços dela, sua mente foi desperta pela voz de seu pai.
 Saíram às pressas do cemitério, em casa ambos não ousaram tocar no ocorrido, Ossian já dormia. Deive não conseguia dormir então ficou sentado na sala olhando para lareira, perdido em pensamentos, até ouvir um barulho enlouquecedor correu pela casa toda e não havia nada...
Na manhã seguinte, Deive resolveu conversar com o filho sobre seu amigo, assim aproveitou para perguntar quem era os pais de Vlad, Mas seu filho nunca os viu. Apenas o que sabia era que os pais de Vlad havia sofrido um acidente há três anos e apenas ele sobreviveu. A conversa durou pouco tempo, pois Vlad chegou, passaram o restante do dia juntos ao entardecer quando o garoto estava indo embora, Deive o seguiu.
Vlad seguia por varias ruas, as pessoas parecia não o notar, Deive estava quase desistindo, começava a achar que tudo que havia acontecido era coisa de sua imaginação, afinal não suportava o garoto, até que viu os enormes muros e os portões, Vlad parou por um instante, até que entrou, era o cemitério, Deive ficou atordoado, mas não desistiu...
O menino caminhou por um longo tempo até parar diante de um epitáfio e desaparecer...
 
                Deive sentia vontade de gritar, correr, tudo, mas foi até o túmulo e lá estavam à foto dos três, os pais e Vlad, Sentia náuseas como, como aquilo poderia estar acontecendo, Catarina era como chamava sua mãe, seu pai Douglas, mas o que estava por vir era pior quando estava se sentindo melhor reconheceu aquele rosto, o nome Douglas, Douglas Kummel, era ele, todos conheciam aquela família, chamados de chacais, era assim que o pai de Vlad era chamado chacal, Deive sentia vontade de vomitar, saiu correndo tinha que voltar para casa lembrará que seu filho estava sozinho.
                Quando chegou tudo parecia estar normal, os pratos sobre a mesa, na lareira apenas cinzas, olhou seu filho no quarto, tudo calmo, estava assustado, o que será que queriam com seu filho, o silêncio lhe causava arrepios, porem isso logo foi quebrado pelo ringir do assoalho, depois outro barulho, vinha da cozinha, viu o vulto de uma criança correndo de um lado para outro, perguntou se era Ossian, mas ao invés de uma resposta ouviu uma grande gargalhada.
                Correu para cozinha e lá estava Vlad, completamente sujo, seu cheiro era de algo podre, ria como se estivesse em um circo e o palhaço fosse Deive. Vlad começou a jogá-lo contra a parede, o arranhava, batia e quando percebeu que Deive não mais reagia, foi atrás de Ossian.
                “Ossian, Ossian, Ossian, acorde ele quer realizar um desejo seu...” Zombava!
                Deive voltando a si sentiu um afago em seus cabelos, era uma mão fria, mas conhecia aquele toque, palavras lhe eram sussurradas também conhecia aquela voz, era ela, Dorien, ele tentava perguntar como ela podia estar ali, mas sua voz foi ficando distante e ele novamente apagou.
                Vlad manipulava Ossian, assim o convenceu de que seu pai havia voltado a beber. Dorian sabia as escadas lentamente seu cheiro era nauseante, cheirava como um animal morto ia destruindo tudo, em seus olhos apenas brilhava o ódio. Vlad, corria, gritava, para Ossian que continuava deitado que ela estava vindo e eles poderiam chamar o grande  senhor.
                Ossian nem se movia, o vento penetrava em seu quarto, as cortinas se levantavam... Dorien chegou ao quarto, Ossian sorriu, estava feliz por ver a sua mãe, Vlad sorria sarcástico, ela caminhou até ele e o bateu, o cortou batia dizendo as palavras bestiais, o vento já não penetrava no quarto. Ossian começou a se contorcer, gritava e sangrava, seu grande amigo olhava com prazer, pois destruir qualquer alma é o desejo supremo daqueles que pertencem ao senhor do inferno.
                Deive continuava desmaiado e seu filho gritava, em meio aos gritos uma risada de prazer e nas sombras ele surgiu, fazendo no lugar penetrar seu odor. Era ele cauteloso e perverso, era ele o espírito maléfico, o demônio, que em um movimento brusco tomou conta do pequeno corpo de Ossian, que gritou com tanta força, que parecia que suas veias iam explodir.  O grito fez com que Deive acordasse, e correu para ajudar o filho, Vlad em um único movimento o derrubou e possuiu o seu corpo.
                Ossian não mais gritava se levantou o espírito demoníaco já havia terminado seu trabalho, desceram as escadas e desapareceram na neblina. Deive passou dias e dias vagando e Ossian agora brinca eternamente entre os túmulos... ...
                                                                           A.P 09/2.005(Pettalon- Texto com Direitos Reservados).
 
 
“Quando seu demônio esta no comando, não queira pensar conscientemente. Solte-se, espere e obedeça.”
                                                                                                                             Rudyard Kipling(1.937).